SISTEMAS PICTOGRÁFICOS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA PARA
PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL
Leila Nunes Ana Paula Magalhães, Soraya Madeira, Débora Nunes,
Daniel Nogueira, Mirna Passos, Elizeu Macedo.
FAX: (021) 268-9154
Na evolução humana, a linguagem destaca-se como o mais importante processo,
na medida em que constitui elemento crítico não somente para a aquisição de outros
sistemas simbólicos, como a leitura, a escrita e a matemática, mas também para o
desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal (Warren & Kaiser, 1988;
Schumaker & Sherman, 1978). Entretanto, estima-se que uma em cada 200 pessoas não
desenvolvem linguagem oral devido a deficts cognitivos, motores, neurológicos e
emocionais (Capovilla, 1994). Para essas pessoas, sistemas de comunicação alternativa
constituem importante recurso para a promoção de seu desenvolvimento.
A literatura sobre comunicação alternativa tem apontado para uma série de
sistemas de símbolos que permitem a comunicação de pessoas que não produzem
linguagem oral. Os mais conhecidos são: o Sistema de Símbolos Bliss (Bliss, 1965;
Hehner, 1980), o Pictogram Ideogram Communication System - PIC (Maharaj, 1980) e o
Picture Communication Symbols - PCS (Johnson, 1981, 1985). Estes sistemas têm sido
tradicionalmente utilizados por portadores de deficiência sob a forma de pranchas de
madeira, contendo de 50 a 300 símbolos, acopladas às cadeiras de rodas. Mais
recentemente, esses sistemas ganharam versões computadorizadas (Capovilla, Macedo,
Duduchi, Thiers, Seabra & Guedes (1994); Macedo, Capovilla, Gonçalves, Seabra,
Thiers & Feitosa, (1994); Macedo, Capovilla, Thiers, Seabra & Duduchi (1994), e outros
sistemas originais foram construídos – como o ImagoAnaVox (Capovilla, Macedo,
Duduchi, Capovilla, Raphael & Guedes, 1996). O ImagoAnaVox emprega também
recursos avançados de multimídia. Neste sistema são conciliadas a comunicação icônicavocálica
obtida pelos 5000 filmes, fotos e respectivos vocábulos e palavras escritas com a
comunicação silábico-vocálica obtida pelas 1800 sílabas e respectivos vocábulos.
Esses sistemas computadorizados apresentam determinadas características que os
tornam mais adaptados às necessidades específicas dos usuários, facilitando o processo de
comunicação destes com seu ambiente social. Enquanto a prancha tradicional, em função
de suas dimensões, pode acomodar um número limitado de símbolos, o sistema de telas
desdobráveis do programa permite o acesso a um universo de símbolos cinco a seis vezes
maior que a prancha. No programa, são apresentados inicialmente ícones ou figuras
representando classes semânticas, os quais uma vez acionados se multiplicam em telas
exibidas seqüencialmente. A apresentação completa e sonora de cada sentença elaborada
pelo portador de deficiência é outra vantagem dos sistemas computadorizados. Além disso,
adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou ao sopro, detector de ruídos, mouse
alavancado à parte do corpo que possui movimento voluntário e varredura automática dos
itens em velocidade ajustável, permitem seu uso por virtualmente todo portador de paralisia
cerebral qualquer que seja o grau de seu comprometimento motor (Capovilla, 1994).
http://www.niee.ufrgs.br/ribie98/TRABALHOS/111.PDF
Simone