Autismo- sexualidade.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Como lidar com estas questões?
O problema crucial da pessoa autista - principalmente no que se refere à sexualidade - é sua inabilidade para iniciar, manter ou compreender um relacionamento social com outras pessoas. Independentemente de seu nível cognitivo e de suas habilidades de linguagem e a despeito de ter ou não interesse em ter contato com outras pessoas, a pessoa autista sofre de um distúrbio básico no que concerne a sua habilidade de interagir socialmente. Este distúrbio pode acarretar rejeição das pessoas que a cercam, resultando em afastamento da pessoa autista
Na época da juventude e depois na idade adulta, maioria das pessoas com autismo conseguem continuar desenvolvendo-se em diferentes áreas (Mesibov 1983, Pedersen et al 1985). Todavia a deficiência social e de comunicação, mantêm-se como um problema definitivo. Os comportamentos ritualistas e estereotipados parecem diminuir, os problemas com sono e alimentação desaparecem e a hiperatividade diminui consideravelmente. As habilidades práticas e de cuidados consigo mesmo continuam desenvolvendo-se. O interesse em interagir socialmente torna-se mais aparente em alguns jovens e adultos autistas. Por outro lado, a falta de experiência de interação e comunicação social na infância, mais tarde torna-se evidente através da dificuldade em perceber os estados mentais das outras pessoas e empatizar com elas.
Os jovens e adultos autistas têm dificuldades inclusive em expressar os próprios sentimentos de uma forma que os outros possam compreendê-los e aceitá-los. O casamento parece não ser a única coisa que as pessoas autistas não conseguem. Fazer novas amizades ou ter amigos parece fora de questão para a pessoa autista. Mesmo que ele funcione em um nível intelectual alto e seja capaz de cuidar dele mesmo em um contexto diário normal, a pessoa autista vai dar sempre uma impressão ingênua e imatura.
A puberdade, com o crescimento repentino e as mudanças na aparência física que e a acompanham e o aparecimento de caracteres sexuais, pode acarretar ansiedade na pessoa autista. Uma jovem autista descrevia a horrível sensação que ela sentia ao redor de seu clitóris. Algumas vezes ela se dirigia à sensação, pedindo-lhe para parar. Em situações extremas, ela podia até bater-se. Ela se recusava a tocar-se, não por ter medo da sensação mas por pensar no ato de tocar-se como "muito desagradável". Um jovem autista dizia ter medo de que seu pênis caísse, quando ereto.
A falta de compreensão das normas e regras sociais pode levar uma pessoa autista a tirar a roupa ou masturbar-se em público. A falta de empatia pode fazer com que um autista tente tocar, beijar ou abraçar uma pessoa estranha. Uma pessoa autista pode dirigir também sua atenção para crianças menores. A despeito do fato do jovem autista não ser capaz de namorar, o desejo de ter um namorado ou namorada pode tornar-se uma obsessão. A dificuldade em aproximar-se dos outros na tentativa de estabelecer um relacionamento amoroso e/ou a rejeição ao contato físico com conotações sexuais pode levar à frustração e resultar em agressividade ou comportamentos auto agressivos. A pessoa pode isolar-se ou desistir inteiramente de sua sexualidade.
Denísia Maria de Freitas Andrade

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